ORIXÁS

 

Iansã

O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo pais. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes e por esse motivo tornou-se conhecido com o nome de Odo Oyá, já que ya em ioruba significa rasgar espalhar. Esse rio é morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe dos nove, Iyá Mésàn, Iansã. Embora seja saudada como a Deusa do rio Niger, está relacionada ao elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo. Da tempestade de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo_Omo Principal esposa de XangoIná. A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios das ventanias, do tempo que fecha sem chover. Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia a dia é sua felicidade. Ela sabe conquistar seja no fervor das guerras ou na arte do amor. É a primeira e a principal esposa de Xangô. Houve um tempo que Oyá não conseguia ter filhos, isso acontecia porque não respeitava um interdito, comia carne de carneiro, até que um Babalaô revelou seu tabu e pediu á ela que fizesse um ebó. Depois da oferenda Oyá tornou se mãe de nove crianças, ou seja Iyá omo mésàn, e dessa expressão surgiu o nome Iansã. Também por esse episódio, Iansã tornou-se mãe de Egun, sendo a única entidade que os mortos respeitam, a única que penetra e sai ilesa da casa de Ikú.
Oyá caminhou para a morte ao lado de Xangô, nunca abandonou seu amado e abraçada a ele foi pela terra abaixo. Xangô tornou-se imortal e Oyá tornou-se a dona do mundo, a senhora da morte. A força de Xangô e Iansã são complementares. Suas falanges controlam a energia do fogo e dos ventos. É a destruidora, a que quebra velhos costumes, a rebelde, a inquieta, que busca novos caminhos. Tanto que nos mitos aparece como a energia que rompe as barreiras, interferindo nos destinos humanos, como no caso em que rouba, com seus fortes ventos, as folhas medicinais de Ossãe distribuindo-as aos diferentes Orixás, suas falanges unem-se às demais para que a justiça de Xangô impere.


Sincretizmo: Santa Barbara
Seu número: 9 (nove)
Cor: vermelho
 Comida: acarajé
Saudação: Eparrei!



 

 


 

Ogum

Ogum é o temível guerreiro, violento, implacável, Deus do ferro da metalurgia e da tecnologia. Protetor dos ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, maquinistas, mecânicos e de todos profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins. Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda África Negra por seu caráter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum.
Ogum é respeitado principalmente pelo medo que desperta a guerra e as batalhas são os prazeres de Ogum, é um líder nato. Nas situações mais difíceis é Ogum que vai na frente, Ogum insiste aonde todos já desistiram, não há dificuldade que ele não enfrente com bravura. Muito ligado a Exú de quem é irmão e um grande companheiro ambos são guardiões das estradas e das casas. Sua afinidade com Exu vem pelo fato de rondarem o mundo, por serem suas falanges os cobradores do carma de cada individuo. Também se assemelham por estarem próximos dos locais onde se percebe maior concentração de suas forças: Exú as encruzilhadas e Ogum as estradas.
Esta na defesa dos povos e dos lares, suas falanges lutam contra as investidas das trevas. Seu prato predileto é a feijoada. Na umbanda é sincretizado com São Jorge pelo seu caráter guerreiro.
Cor: vermelho
Numero: 7 (sete)
Saudação: Ogunhê!
Comemora-se o seu dia em 23 de abril



OXOSSI

 

 


Oxóssi é o deus caçador; senhor das florestas e de todos os seres que nela habitam; orixá da fartura e da riqueza. É reverenciado com o nome de Alaketu senhor de Ketu. É considerado no panteão ioruba; um dos orixás mais importantes e essenciais à continuidade da vida. Oxóssi foi um dos primeiros orixás trazidos pelos escravos para o Brasil; e seu culto se tornou tão enraizado e conhecido que mesmo aqueles que não são seus iniciados; o reverenciam. Isto explica pelo fato de estar muito relacionado com a fartura e a alimentação. Oxóssi é o melhor arqueiro do grupo dos odés (caçadores), considerado como o orixá da riqueza e do progresso, pelo que produz na caça, na pesca e na plantação. Por meio desta evolução se une com Ogum, seu irmão. Ambos possuem características semelhantes, porque tem a mesma ânsia de liberdade e vontade de conhecer, desbravar e conquistar novas terras. Como símbolo, Oxóssi tem o arco e a flecha certeira. Tem também o erukere, insignia de dignidade do s reis da Africa. Sua festa maior acontece na segunda quinzena de janeiro, abrindo o ciclo anual de saudações aos Orixás na Umbanda, os festejos a Oxóssi são muito concorridos por diversos motivos entre os quais destacamos o inicio do ano religioso, a própria comemoração em que Há uma natural e contagiante alegria com o Terreiro enfeitado. O chão coberto de folhas, cestos e alguidares cheios de frutas diversas-que serão distribuídos generosamente aos participantes e convidados.

AS MATAS E OS ANIMAIS ESTÃO SOB A PROTEÇÃO DE OXOSSI.



Xangô

Sua esposa Iansã, foi à casa de Ifá buscar um preparado que devia entregar ao marido, Ifá entregou a ela o encantamento e recomendou que dissesse a Xangô para come-lo e ir falar ao povo. Desconfiada Iansã decidiu provar a poção antes do marido, pois se fosse veneno nada aconteceria a seu amado, provou e esperou o efeito, como nada aconteceu ela seguiu viagem. Entregou a encomenda ao marido e transmitiu as recomendações de Ifá, quando Xangô começou a falar ao povo, de sua boca saiam labaredas e pedaços de fogo, todas as pessoas amedrontadas prostraram-se no chão em sinal de respeito e começaram a saudá-lo, Iansã correu para acudir o marido já que se instalava uma grande confusão, mas quando se deparou com tal cena só pode gritar Kawó kabiesile! Nesse momento as tochas também saíram de sua boca, o povo uniu-se ao casal, já que suas forças eram imbatível.
O fogo é a grande arma de Xangô, com o qual castiga aqueles que não honram seu nome, por meio do raio que atinge a casa ou o próprio mal feitor. Xangô é inimigo da mentira, por isso tornou-se Orixá da justiça, vaidoso e conquistador teve três esposas, Iansã, Oxum e Obá.



Sua comida predileta: amaláseu
Recebe suas oferendas nas pedreiras acompanhadas da cerveja preta
Número: 12
Sua cor: marron ou vermelha
Saudação: Kawó kabiesilé





Yemanjá

A MÃE DE TODOS


YEMANJA é a rainha de todas as águas do mundo, seja das águas doces dos rios, seja das aguas do mar. Seu nome deriva da expressão Yèyè omo ejá, que significa a mãe dos filhos peixes ¨YEMANJA é água que não se prende, é a água que se estende na amplidão, que une os povos”. Reconhecida como a mãe de todos os ORIXÁS, recebe e acolhe com amor mesmo os que não foram gerados por ela, mas que foram entregues aos seus cuidados. Sua premissa principal é o poder e o titulo que lhe foram concedidos por Olorum, o de ¨mãe de todas as cabeças ¨(YA ORI).Este titulo tornou-a  responsável pelo equilíbrio emocional,  psicológico e espiritual do ser humano, provendo o homem da harmonia necessária para ter uma boa existência.YEMANJA representa a água que refresca e dá a vida a terra, que ajuda na procriação e na geração de novos seres, a água que apascenta e acalma. Como representação feminina, é primeiramente a mulher bonita, mas é também filha, mãe e esposa. Símbolo mítico do papel inerente à todas as mulheres. No oceano YEMANJA controla as marés através das fases da lua e com a força do vento, que agita as suas águas e faz com que elas se tornem ora calmas ora tenebrosas e temerárias. Em alguns momentos tornam-se destrutivas, mas YEMANJA procura abranda-las, propiciada aos pescadores abundancia e variedades. É nas profundezas do mar que ela guarda suas riquezas e suas joias.
Yemanja protege as famílias, pois sendo ORIXÁ de caráter maternal e protetor, é celebre nos mitos, tanto que divide as atribuições da gestação e fartura na natureza com OXUM, sendo que OXUM tornou-se a guardiã das crianças pequenas (as que ainda não falam) e YEMANJA continua acalentando maternalmente toda a criação.
SUA COR: azul claro
LOCAIS DE OFERENDA: beira do mar  ou  no mar
SEU DIA: sábado
OFERENDAS: aprecia manjares, frutas, rosas brancas, palmas brancas, champagne e alfazema
SAUDAÇÃO: ODÔ FÊ IYABA (traduzido como amada mãe do rio ou o rio ama a mãe)
ODÔ IYÀ (mãe do rio)
OMI Ô (salve as águas)





OXUM
Generosa e digna; Oxum é a rainha de todos os rios.Vaidosa;é a mais importante entre as mulheres da cidade; a ialodê.É a dona da fecundidade das mulheres; a dona do grande poder feminina. Oxum é a deusa da beleza e da meiguice; a divindade do amor .O titulo de Yalode divide com Yemanjá , o posto mais alto entre todas as mulheres de uma comunidade.
Filha favorita de Yemanjá e Oxalá, segundo alguns Itãns, Oxum recebeu de sua mãe : rios, cascatas, cachoeiras, corregos e todas as aguas doces que tivesse movimento juntamente com a ordem de mante-las incólumes para o uso do ser humano, e de fazer uma perfeita distribuição pelo mundo. É por meio de suas aguas que as terras são fertilizadas, produzem alimentos e permitem a manutenção da vida no planeta. Esse liquido precioso mata a sede e sustenta vidas. As águas também carregam os planctons , algas e sais minerais , substancias que nutrem varias formas de micro-organismos , formando a partir daí uma vasta cadeia alimentar na natureza.
Oxum também ganhou de seus pais joias, metais e pedras preciosas para que se enfeitasse. Isto lhe possibilitou ser chamada a Senhora da Riqueza, titulo que ela ostenta com muita graça e charme.
Em suas festas mostra-se elegantemente trajada com muitas joias, principalmente pulseiras (idés) de cobre ou ouro sua marca registrada. O chacoalhar delas produz um tilintar semelhante as aguas correndo entre as pedras.

O mel é outra substância que faz um simbolismo com o sangue.
Tendo o codinome do "sangue das flores " é o alimento favorito de Oxum. Esse elemento representa a doçura, o apaziguamento e a calmaria. Senhora Protetora da maternidade, guarda e protege as crianças desde o ventre da mãe até o nascimento, e as acompanha em seu crescimento até adquiram certa independência e saibam utilizar-se da comunicação. Oxum é também a protetora das crianças que estão sendo geradas evitando seus abortos e as complicações na gestação, ajudando no nascimento e provendo um bom parto para as mulheres
Sua ligação com a maternidade e o nascimento torna Oxum o orixá responsável pelo sangue que corre no corpo dos seres vivos e que mantem , revigora, dá energia, sustenta a vida e é seu poderoso axé. Reconhecida como a Senhora da Fertilidade, é a protetora da barriga e do útero, tendo poder sobre a fecundidade, gestação e o parto, e respondendo principalmente pelo sangue menstrual.
Oxum foi parceira de Orumila; Xango e Ogum; mas foi com Oxóssi que ela possui uma ligação mais forte; sendo este considerado seu grande amor e companheiro. Ela fornece agua para as florestas e os animais desse caçador; permitindo assim o equilíbrio da natureza.


Oferendas: Aprecia mel, em especial o omolocum; flores; rosas amarelas; palmas da mesma cor; doces; perfumes; sabonetes.                                             
Local:
cachoeiras; rios.                                               
numero: cinco
Velas:
amarelas
Saudação: Ore Yeye ô!!!
       

 




NANà BURUKU

Nanã Buruku, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a agua parada, que já existia, e liberou do saco da criação a terra, no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nanã.
Nanã sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. Seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para o povo jeje, da região do antigo DAOMÉ, significa mãe
Sendo a mais antiga das divindades das aguas, ela representa a memória ancestral de nosso povo; é a mãe antiga (Iya Agbá) por excelência. É mãe dos orixás Iroko, Obaluaiê, Oxumaré e Ewa.
Nanã é o principio o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte. Ela é a origem e poder. Entender Nanã é entender o destino, a vida e a trajetória do homem sobre a terra, pois Nanã é a História. Nanã é agua parada, agua da vida e da morte. Nanã é o começo porque Nanã é o barro, e o barro é vida. Nanã é a senhora dos ibás (que deveriam ser de barro) que permite o nascimento dos deuses e dos homens.
Nanã Buruku foi a primeira esposa de Oxalá; mas perdeu seu grande amor para Iemanjá. Oxalá também era a grande paixão de Iemanjá; que na ocasião era casado com Nanã.
Aconselhada por Iemanjá, Nanã foi banha-se por sete dias, nas aguas sujas do lago que existia do lado de fora do palácio, com a esperança de se revigorar e agradar o marido. Nanã permaneceu ali entre as cobras e as rãs, enquanto a astuta Iemanjá cantava feliz e se perfumava para esperar Oxalá.
Quando chegou, Oxalá perguntou por sua velha companheira e Iemanjá disse-lhe que Nanã estava ficando maluca, que estava muito velha. Então levou Oxalá até o lago para que visse a companheira banhando-se naquela agua. Ao presenciar acena, Oxalá constatou que Nanã estava ficando velha e além de tudo suja e louca. E preferiu ficar com a jovem e perfumada Iemanjá. Certa vez Oxalá vestiu-se de mulher para tomar de Nanã o domínio sobre o país da morte. Todavia até hoje, Nanã é saudada como a senhora da morte e, Oxalá por causa deste episódio, foi obrigado a vestir saia e adê. Em respeito ao poder feminino que está representado na saia que os Orixás não reconhecem mulher de calça.
Quando Nanã finalmente mostrou o jardim dos Eguns a Oxalá, pois era extremamente apaixonada, este  lhe comunicou que a partir daquele dia mandaria nos eguns;  assustada, acabou cedendo e exigiu como compensação um filho. Só havia um problema, quando Nanã tomou o suco do igbin, passou a ter o mesmo sangue de Oxalá e, portanto, não poderia ter um filho dele. Ela misturou um encantamento na comida de Oxalá e aproveitou-se da fraqueza do companheiro para engravidar.
Esse primeiro filho nasceu com o corpo coberto de chagas. Nanã o abandonou e aproximou-se novamente de Oxalá; o segundo filho nasceu como uma cobra. Apesar das circunstancias, os dois sobreviveram e tornaram-se grandes Orixás. Nanã é a mãe dos que vencem a morte, é a mãe dos abiku.
As aguas paradas e lamacentas dos pantanos tem uma aparência morta e à primeira vista ninguém imagina que por traz daquelas aguas possa existir vida, que sob as bênçãos de Nanã e nas profundezas dessas aguas existe o sustento para um numero infindável de seres vivos.
Ninguém jamais deve jogar pragas e desejar mal ao próximo, pois tudo é dividido. Portanto quem desejar o bem será sempre feliz, afinal quem planta uma boa semente colhe frutos sadios. Nanã está encarregada de cobrar a divida de nossas vidas e ela é implacável, seus castigos são como chuvas de verão: tardam, mas não falham. Todos sabem que a ganancia não leva a nada; pois desse mundo sói se leva o que se trouxe: a vida que é dada e tirada por Nanã. Todos nascem predestinados a voltar. Ao nascer, a criança chora e isso é uma obrigação da vida, da dor de vir a terra e do peso da certeza de que veio, mas voltará. Viver-se-á com dignidade, saudando e respeitando Nanã para que ao final ela receba o egum com a consciência da evolução para viver esse outro plano da vida.
Nanã é órgão que morre para germinar. Protetora das humildes lavadeiras que obtém seu sustento às margens dos rios que com seus pés descalços pisam na lama, a raiz do fundamento de Nanã, o segredo da vida.
 
Oferenda: Mungunzá, batata doce com mel, mostarda, taioba, sarapatel.
Símbolo: ibiri
Local: lagos; aguas paradas.
Saudação: Saluba!!!